sábado, fevereiro 17, 2007

É o design!! Estúpido!

Pois é, mais uma vez, a imensidão do país enorme chamado República do Estrangeiro, reconhece as melhores práticas de nível mundial. Os portugueses, em particular os empresários, têm vergonha de dizer que Made in Portugal é bom, mas depois é alguém de fora que o afirma perentoriamente. Mas vamos analisar.

Porque é que o "Made in Portugal" não traz valor? Será porque durante anos a fio a estratégia de inovação ou de mudança de grande parte das empresas nacionais era copiar literalmente produtos concebidos pelas concorrentes internacionais, produzindo o mesmo a um valor menor? Ou será que seria por cada produto produzido em Portugal se apresentar sempre como um bom compromisso preço/qualidade para reproduzir produtos já correntes no mercado internacional?

É que anos e anos a apresentar as empresas e os produtos nestes termos tem os seus custos, e ainda mais porque a mudança de imagem leva muito tempo e ainda mais investimento. Terá mesmo de ser feita. Como?

Através dos centros de decisão! Os centros de decisão nacionais necessários não são os centros de gestão, todos podem ser bons gestores face a bons produtos, produzidos a custos baixos e com enorme valor incutido.

O valor retido por uma empresa pode ser medido em Produtividade (Outputs/Inputs), pelo ROI (Lucro/Investimento ou mais detalhado Lucro Líquido/Vendas*Vendas/Activos), pela Inovação (Valor/Mudança), pela Eficiência (Recursos obtidos/Recursos empregues), ou pelo Lucro Bruto (Receitas/Despesas). Independentemente, uma actividade que tende a reduzir custos variáveis, e que aumenta a percepção do utilizador/consumidor do produto dos benefícios do produto, seja do ponto de vista do desempenho, seja pelo nível de desejo proporcionado, será sempre a actividade estratégica do negócio.

Assim, como empresários, podemos continuar a ignorar uma actividade fundamental para alavancar ganhos de rentabilidade e de imagem?

É escusado responder. O importante é referir que o design carece de conhecimentos de elevado nível, associados a uma grande experiência "on-job" para poder ser gerido adequadamente ou de forma eficaz. Não se pode permitir gestão amadora ou pouco profissional duma área fundamental para a boa saúde do negócio.

Apenas uma empresa pode ser a mais barata, e apenas outra poderá ser a que tem melhores níveis tecnológicos, todas as outras terão de se posicionar pelo design.

Assim, é prevísivel uma corrida aos quadros superiores experimentados na gestão do design, no sentido de dotar as empresas nacionais de centros de decisão estratégica, baseados no princípio da gestão da mudança do mais importante activo duma organização, a percepção que o cliente tem da organização e dos seus produtos.

2 comentários:

Jose Moreno disse...

Na sequência do que refere neste post e como forma de divulgação, aproveito para lembrar que termina no próximo dia 31 de Março o prazo de candidaturas à 3ª edição do Prémio de Design Seat/Automagazin, que oferece ao vencedor um estágio de seis meses no Centro de Design da Seat, em Barcelona. Ricardo FigueiroA, vencedor da 1ª edição, já por lá passou (e está neste momento a trabalhar nos EUA) e Nelson Simões, vencedor da 2ª edição, está nest momento a efectuar o seu estágio.

Esta é portanto uma oportunidade em aberto para os jovens designers portugueses demonstrarem a sua critividade e as suas capacidades. Mais detalhes em http://www.premiodesign.autohoje.com.

Anónimo disse...

Olá,parabéns pela iniciativa e persistência por acreditar no design português e que existe uma luz no fim do túnel. Sou brasileiro e a situação aqui no Brasil não é diferente, mas temos que mostrar e provar o real valor do design e do designer.
Abraços,Rafael Bernardes rafabernardes@yahoo.com.br