domingo, outubro 08, 2006

Os Designers são empreendedores?

O empreendedorismo é outra área que toda a gente menciona como fundamental para a criação de emprego e de crescimento.

Entendemos por empreendedorismo o fenómeno que leva indivíduos e organizações a lançarem actividades (económicas ou não) que se traduzam em benefícios para a sociedade em geral. É o que dá origem às empresas!

Ora em final de 1999 o Centro Português de Design, no seu "Observar o Design" constata que 66% dos Designers trabalha por conta própria, sendo que destes 32% numa empresa de design.

Qual a área de actividade profissional isto sucede?

Mesmo quando um designer chega a uma organização, especialmente se esta não fôr da área do design, este tem de manifestar a sua grande vontade de mudança à organização, educando toda a organização de forma a que esta fique sensível às necessidades de mudança de hábitos que os designers tentam regularmente incutir.

Temos cerca de 2100 designers a entrar actualmente em cursos superiores, temos cerca de 25 000 designers profissionais em actividade.

Se calhar temos um cluster nacional de design em que não estamos a promover nem a apoiar o seu desenvolvimento, mas que apesar das contrariedades se desenvolve, cresce e apresenta índices de produtividade elevados.

Estes jovens "freelancers" são o futuro e devem ser apoiados.

Devem também eles candidatar-se a apoios, e existem diversas organizações que os podem ajudar a desenvolver os seus negócios e a empreenderem novas actividades que criem emprego, não só para os designers para para a sociedade em geral.

Vamos ver como se vai desenvolver!

Inovação é o nosso modo de vida!

A Inovação está na ordem do dia!

Este neomodismo (ou chavão) está cada vez mais presente na literatura periódica e não periódica.

Mas apesar de cada vez mais se produzir investigação sobre o tema, ainda não estão bem definidas as linhas para a sociedade em geral.

Entendemos a Inovação como a mudança donde se retira valor, sendo que a mudança poderá ser num produto, num processo, numa organização, na cultura, legal etc. o que faz desta algo de transversal à nossa sociedade. O valor por outro lado pode ser ecológico, económico, social, cultural etc.

A Inovação é constante!

Tudo muda constantemente, se há algo que permanece é a mudança.

À constatação de que esta mudança ocorre e ao facto de podermos usufruir positivamente dela convencionou-se denominar de Inovação.

Cada vez mais intervenientes dão à Inovação o mérito pelo crescimento económico, pelas melhorias de condições de vida, por uma sociedade mais equilibrada e justa. Noutros tempos chamar-se-ia revolução a este processo, sendo que este termo tem mais carga política que o corrente Inovação.

A Inovação é de todos!

Mas há aqueles que fazem desta o seu modo de vida. E nestes estão inequivocamente os designers. Oriundos dos meandros dois grandes corpos da cultura, a Arte e a Ciência (ou Técnica como diria Francastel) os Designers regem-se por modelos de processo oriundos da Arte e da Técnica. Ora a Arte nunca se repete, sendo o princípio de vanguarda artística um princípio fundamental na evolução artística e a evolução científica outra verdade incontestável que leva à superação constante dos princípios anteriormente aceites como verdades, o Design enquanto campo do conhecimento usufrui destas duas vertentes de desenvolvimento ou motores de mudança que raramente permitem ao Design (ou Designer) surgir como algo recorrente ou repetente.

Inovação é o nosso modo de vida!

Nós os designers somos inovadores por definição. Lutamos contra a manutenção do mundo como está, propomos constantes revoluções, e sentimos-nos inibidos em avançar mais rapidamente pois a inércia cultural e social não negativa, mas existente reduz a capacidade de absorção de novidades mais rapidamente.

Todos se queixam da dificuldade de produzir Inovações Radicais, isto é, as que mudam completamente de paradigma, limitando-se às Inovações Incrementais, ou seja, melhorias constantes dentro do mesmo paradigma. Os designers com facilidade podem produzir este tipo de Inovações Radicais, sendo este o seu principal modo de vida. Um designer fica frustrado se o impedem de inovar!

Mais designers a inovar!

Assim com a integração de designers nas organizações seja ao nível operacional, como ao nível táctico e ao nível estratégico poderemos obter grandes vantagens competitivas sobre as organizações que não o façam. Os designers não devem servir para que as organizações atinjam objectivos do Marketing ou da Engenharia ou de outra qualquer área, mas sim para que as organizações inovem, mudem, e retirem valor desta mudança. E acreditamos que só com um grau de independência o Design se pode mostrar como gerador de mudança. Defendemos o CED (Chief Executive Designer) nas organizações como forma de alavancar mais rapidamente estas mudanças. Uma voz ao mais alto nível numa organização demonstrando as vantagens do design enquanto ferramenta de diferenciação, pode impulsionar essa organização para um nível muito acima do da competitividade económica.

O tempo o confirmará!